sábado, 8 de maio de 2021

domingo, 7 de março de 2021

terça-feira, 2 de março de 2021

 Escutar os jovens
 “Se eles se calarem, gritarão as pedras” (Lc 19,40)

Há 50 anos, Maio/68 em Paris, as manifestações estudantis colocaram a França às portas duma nova “Revolução Francesa”. Durante 55 dias a rua “tomou o poder” em Paris com palavras de ordem como: “a imaginação ao poder”, “é proibido proibir”, “fechem a televisão e abram os olhos”, “a beleza está na rua” ou “façam amor, não façam a guerra”. E o ressurgimento dos jovens, como nova força política alastrou por várias cidades do mundo, até à Primavera de Praga onde a 20 de Agosto os tanques soviéticos puseram fim a sete meses de escalada democrática.
Cinquenta anos depois, face a quantos gostariam de continuar hoje a “manter os jovens “à distância de segurança” para não se sentirem provocados” por eles, a Igreja vai ouvir os jovens numa Assembleia Sinodal que decorrerem Roma de 3 a 28 de Outubro de 2018.
O “Documento Preparatório” da XV Assembleia Geral Ordinária dos Bispos, que tem por tema “Os jovens, a fé e o discernimento vocacional”, sublinha amplamente a necessidade da Igreja “escutar os jovens”, crentes e não crentes, uma vez que também através deles ela “poderá ouvir a voz do Senhor que ressoa inclusive nos dias de hoje”.
Calar os jovens é uma tentação que sempre existiu, afirmou o Papa Francisco em Domingo de Ramos, Dia Mundial da Juventude. E no Encontro-reunião pré-sinodal no Pontifício Colégio Internacional Maria Mater Ecclesia, em Roma, o Papa elogiou alguns aspectos próprios da “irreverência” juvenil, como o “apego pela verdade”, e expôs a vontade da “Igreja se colocar à escuta de todos os jovens, sem excluir nenhum”: “Se eles se calarem, gritarão as pedras” (Lc 19,40). Há muitas maneiras de calar os jovens. Se os outros calam, se nós, idosos e responsáveis (tantas vezes corruptos), silenciamos, se o mundo se cala e perde a alegria, pergunto-vos: vós gritareis? Por favor, decidi-vos, antes que gritem as pedras…”
L. J.